2.5.10

O Rival - Parte 2

Postado por Fatalle |

- Eu já disse o quanto o odeio?

- Já... - Jéssica respondeu depois do nosso almoço em companhia uma da outra. Agora estávamos apenas olhando vitrines de algumas lojinhas no centro, perto do nosso trabalho, para o qual tínhamos, infelizmente, que retornar após duas corridas horas de intervalo. - Treze vezes. Só hoje.


- É que eu odeio muito.

- Sei. - Ela terminou de chupar um picolé e tacou o palitinho numa lixeira a uns 3 metros de distância. - Olha, tá, ele é um filho da mãe. Tá, ele é um canalha. Tá, ele é gostoso como qualquer sorvete de creme de baunilha com chocolate em gotas, mas isso não é motivo pra tanta obsessão.

- Não é obsessão. Já faz mais de uma semana que ele pegou meu lugar naquela empresa. Naquela porcaria de coluna de esportes, bem que me disseram pra escolher a página de classificados.

- E você viu o quanto ele é detestável? Quero dizer, aquele "Kel, você não deve atrasar um minuto sequer para voltar do almoço, não é como se você quisesse rebaixar ainda mais o seu trabalho".


- Pois é! Que tipo de homem diz isso pra uma pessoa?

- Que tipo de filho da mãe diz isso pra uma mulher? Essa é a pergunta! - Jess falou transtornada.


- Ele se acha o cara.


- Ele é o cara. - Corrigiu-me com pesar.


- Só porque é bonito, inteligente, sabe se vestir bem e ganha um salário o triplo do meu?


- Exatamente.


- A vida é tão injusta. - Apoiei-me no ombro dela, desiludida.






A noite estava mais fria e escura que o normal. Não que a luz da Lua ou das estrelas acalmassem a fúria que eu estava sentindo, não senhor! Mas eu gostava de sentar ao lado da janela e ficar observando o movimento lá fora enquanto fazia carinho no meu gato. Não um homem gato, um gato gato de verdade. O nome dele era Pantufas. Não achei que fosse um nome criativo demais, mas o meu ex, o David, achou que era um nome fofinho. Eu descobri que não se pode mudar nomes de gatos de acordo com início e término dos seus relacionamentos.

Um estalo alto quebrou o silêncio. Parecia que alguma coisa na minha sala de estar ou na cozinha havia sido derrubada no chão. Fiquei com medo de que alguém estivesse invadindo a casa. Meu coração parou e a minha circulação congelou. Aquele arrepio de medo me subiu à cabeça. Silêncio.


Levei um susto quando virei a cabeça.

- Como você entrou aqui?

- Não consigo parar de pensar em você. - Ele disse com aquela voz aveludada e o costumeiro sorriso meio safado.

Não consegui nem responder antes de estar cercada por lábios quentes e firmes. Ele me puxou mais para perto e mordeu levemente meu lábio inferior antes de enfiar a língua por entre meus dentes. Meu Deus, como ele beijava bem. Aquele tipo de beijo rápido e sem fôlego, o tipo que te faz ter certeza que ele te deseja muito enquanto as línguas macias se tocavam.

Ele começou a me puxar mais pra perto enquanto em envolvia com os lábios macios e mantinha os olhos claros abertos, observando cada um dos meus movimentos. Com delicadeza, começou a abrir os botões da minha camiseta. Eu senti um pouco de vergonha, era uma daquelas camisetas que você mal olha antes de vestir e pensa "é só pra eu ficar em casa mesmo". Logo ele já estava passando as mãos quentes e fortes pela minha barriga e dando leves beijinhos no meu pescoço.


O cheiro dele era inacreditável e os cabelos claros cheiravam igualmente bem enquanto ele ia deslizando a boca pelo pescoço, clavícula, e foi descendo... Eu enfiei uma das mãos em seus cabelos enquanto, com a outra, acariciava seu peito rijo debaixo de uma camiseta social de bom gosto.

Ele me colocou delicadamente sobre a cama e começou a puxar a minha calça de flanela que eu usava como pijamas para baixo. Eu senti bastante vergonha, não só pela roupa, mas principalmente porque ele estava prestes a me ver semi-nua e o único homem que jamais tinha me visto dessa maneira foi o meu ex-namorado. Ele foi o único namoro sério que eu já tive na vida e estávamos juntos desde o colegial. Sabe, eu até achei que era pra sempre antes de encontrá-lo na cama com a secretária.

E pronto, eu já estava ali, sob a luz fraca do meu quarto e quase desnuda, protegida apenas pela calcinha já que não fazia sentido usar sutiã por baixo de um pijama. Ele mordiscou os lobos da minha orelha e passou, lentamente à nuca, enquanto raspava apenas as pontas dos dedos gelados sobre ela. Senti a respiração fria saindo de suas narinas e tocando a pele fina da minha nuca. Deixei uma corrente de ar escapar dos meus lábios quando ele foi descendo as mãos e acariciando a minha barriga, mas continuava a me beijar lá em cima. Traçando uma linha tênue entre pescoço e clavícula.

Meus olhos giraram para cima quando ele encostou a língua fria sobre um dos meus mamilos e deu leves mordidinhas, com muito cuidado, enquanto continuava a me acariciar com toda a delicadeza que poderia ter. As mãos fortes passaram pela minha cintura e percorreram a linha das minhas vértebras quando me puxaram pra mais perto. Meu corpo fez uma leve curvatura até a sua boca, como se me desejasse de verdade, como se fosse uma sede insaciável.

Então ele começou a descer e isso me preocupou. A minha sorte era, definitivamente, que estávamos no escuro porque meu rosto ruboresceu à medida que ele foi lambendo a linha média do meu corpo quente, desde entre os seios (os quais continuava a massagear com as mãos) até o umbigo.

Robert encheu minha barriga de beijos e mordidas enquanto, às vezes, chupava forte e deixava marcas roxas como se estivesse demarcando seu território. Ele então, com delicadeza, afastou as minhas pernas enquanto continuava a beijar e lambiscar a região próxima ao umbigo. Segundos depois já estava passando a língua nos limites que a calcinha fazia no meu corpo. Eu tremi por completo.

Não acreditei que ele estava prestes a fazer o que eu estava pensando que ele iria fazer. Quero dizer, estava tudo errado, não estava? Meus pensamentos deram uma sumida quando ele usou os dentes pra abaixar a calcinha e tirar o restante com as mãos. E pronto. Ele estava vestido e eu estava ali, completamente desamparada por roupas e com as pernas abertas em um ângulo onde ele poderia ver meu interior se quisesse.

Seus olhos brilharam quando desvendaram o meu íntimo. Quando me viram ali, desprovida de todas as barreiras, quando puderam enxergar a minha carne vermelha e palpitante. Eu realmente. Agora, pude sentir a respiração dele ali, o ar frio tocando a pele mais sensível de uma mulher.

Mas, espere! Não estava certo! Quero dizer, se já era completamente errado ter uma relação dessas com o seu chefe, imagine um chefe que ocupou o MEU lugar na empresa! Digo, eu deveria odiar esse cara com todas as minhas forças e, um momento, eu odeio! Odeio, odeio, odeio! Sem contar o jeito mesquinho com o qual ele tem me tratado toda essa semana que tem sido meu chefe! E aí ele entra aqui em casa sei lá como e, quase sem palavra alguma, me leva pra cama?!? Não está certo!

Aaah! Eu juro que estava prestes a dar um basta nisso, mas todos os meus pensamentos desapareceram repetinamente. Meu corpo começou a se contorcer coberto por chamas e os meus dedos dos pés se agarraram ao lençol como se dependesse deles para me segurar frente a um abismo. Eu perdi completamente o controle sobre mim quando ele encostou a língua lá e eu pude sentir sua respiração descompassada, seu hálito fresco e a saliva morna no meu mais íntimo.

Os ruídos sem sentido que saíram da minha boca quebraram o silêncio da noite. Minha mente, agora fraca e mais sem sentido ainda, me ordenava parar com aquilo tudo AGORA. Ora, mas que absurda aquela situação! Mas meu corpo, ah, meu corpo não gostaria que ele parasse nunca. As vibrações sincronizadas com o movimento de língua lá embaixo apenas confirmavam que o meu desejo mais profundo era que nossos corpos estivessem juntos para sempre.

Meus olhos se abriram e se depararam com o teto do meu quarto. A luz acesa e as cortinas fechadas, a noite fria como se já fosse inverno. E não era, não ainda. Eu estava completamente vestida e a minha única companhia no quarto era o Pantufas. Fechei os novos novamente, estava indignada. Desde quando sonhos eram tão bons assim?

1.5.10

O Rival - Parte 1

Postado por Fatalle |

Eu nunca sei o que escrever em primeiros parágrafos de um grande texto. Isso pode ser considerada uma característica muito engraçada sobre mim, levando em conta o meu trabalho. É fato que eu não deveria estar usando esse pedaço de papel amassado para liberar meu ódio a essa hora da manhã, mas, caso não o fizesse, como conseguiria ficar sem explodir?

O que eu quero dizer é... Bom, eu não tenho muita certeza sobre o que eu quero dizer nesse ápice da raiva. Da frustração. Da vontade de voltar para casa e pedir aquele pedaço de bolo de chocolate da minha mãe. Mas eu não posso, sou uma mulher crescida. Ou não? Digo, como você pode saber o momento em que se deixa de ser garota e passa a ser mulher? Isso não é lá muito claro pra mim. Tenho 22 anos e ainda me sinto uma garotinha, quer um exemplo? Estou nesse exato momento desabafando em um guardanapo de péssima qualidade, aqui mesmo, na minha sala do escritório em um cantinho onde eu espero que ninguém possa me ver por horas. Caso me vejam, há uma grande chance de serem recebidos com um ou dois palavrões, mas nada muito pesado. Quero dizer, depende. Dependendo da pessoa, as palavras podem acompanhar uma sinalização não-verbal com um dos dedos, mas isso só em último caso, é claro.

Meu nome é Kelly, me chamam de Kel. Não que um apelido, agora, vá amortecer alguma coisa. Você deve estar pensando o quanto eu sou uma pessoa chata e rabugenta, aquele tipo de pessoa que fala demais em pouco tempo e tem o pavio curto. Bom, você acertou. Na verdade, eu não diria a parte do "rabugenta" já que eu tenho plenos motivos para estar no meio desse ataque de fúria. Ah, e agora você deve estar se perguntando quais, bom, vou fazer a lista de alguns:

1- Eu sou mulher. Não que a TPM seja a minha justificativa, já que, convenhamos, essa é bastante velha. O problema é que, quando se é mulher em um local onde a predominância executiva e hierárquica é masculina, você precisa trabalhar mais duro pra ser notada. Você precisa não só argumentar, mas ainda provar que você está certa antes que alguém te leve à sério. As pessoas não me levam a sério. Por algum motivo, na cabeça dos homens, mulheres que saibam combinar uma saia social com uma blusa de decote sem parecer verdadeiras vadias são pseudo-intelectuais completamente descartáveis. Isso significa que, a menos que você faça como a Cidinha da recepção e compareça ao serviço trajando uma blusa bege semi-transparente sem sutiã, a sua opinião é nula. Não que ela valha alguma coisa quando você mostra parte dos seus seios à metade dos seus colegas de trabalho, não é isso, mas pelo menos assim você consegue ser notada.

2- Eu sou jornalista, redatora da coluna de esportes. Se dentro de um grupo de mulheres, a parte que faz faculdade é pequena, a parte que escolhe jornalismo é minúscula e a parte que prefere redigir tradicionais jornais de rua é ainda menor, tire o grupo de mulheres que escrevem sobre esportes. Pronto, você chegou a um conjunto unitário. Eu. Sabe o que isso significa? Que eu sou ainda menos levada a sério, se isso é sequer possível. Convenhamos, quando você viu algum homem admitir que uma mulher está asolutamente certa quando o assunto é esportes? Eu sei, nunca.

3- Eu sou ruiva. Não é um problema tão grande, eu gosto de ser ruiva. se eu sou potencialmente ignorada quando meus cabelos brilham como chamas vivas de fogueira, seria tudo ainda pior se eu fosse careca. O problema é que um cabelo tão chamativo que termina nas costas leva os olhares masculinos a outras partes. Não que eu não goste de me sentir desejada. Qual mulher não gosta? Eu estou plenamente satisfeita com os meus 53,5kg e meus 162,5cm. Sim, o "meio" centímetro é de fundamental importância. E é claro que eu gosto de me vestir bem com um decote apropriado e sapatos sociais de salto agulha para frequentar o trabalho. Só que, juntados aos dois itens acima, isso faz com que, na visão dos outros, principalmente na do seu chefe, você seja apenas um pedaço de carne.

4- Eu sou a mais jovem formanda dessa empresa. Entrei na faculdade cedo, me dediquei muito aos estudos, me formei novinha e, antes disso, já fazia estágio aqui. Isso quer dizer que eu estou aqui há três anos! Três anos sendo "a ruiva gostosa dos esportes", digo, quem é que aguenta?!?!?!? Três anos sendo uma sem nome, sem opinião, sem aumento de salário... Enfim, é muito tempo lidando com desaforos, por exemplo, e as inúmeras vezes em que eu tive uma idéia, apresentei aos meus colegas da sessão de esportes e fui respondida com uma risadinha sarcástica? Aquela do tipo "por que você não volta pra culinária?" E, depois de algum tempo, essas mesmas pessoas percebem que aquela era a melhor saída e adotam a medida como se fosse delas? E depois desses três anos em que eu vim pra essa cidade enorme fazer faculdade, trabalhar nessa empresa e ficar longe de casa, finalmente abre uma vaga para redator-chefe da coluna. Sejamos francos, baseando-se em dados, eu sou a funcionária mais produtiva, com melhores qualificações de outros profissionais da área, mais tempo na empresa que qualquer outro dessa coluna e o que acontece? Eu NÃO GANHO a promoção!!!! Cadê o valor à minha lealdade? Meus bons serviços prestados pela empresa, cadê??!?!?! Não, preferiram um homem qualquer que veio até de outro estado especificamente para essa função. Um novato!

5- Ele é muito gato. Como se não bastasse tudo isso desmoronando em cima de mim agora, depois da reunião em que anunciaram que EU não fui a escolhida para a função, ainda tem isso. Além de o Robert ser "talentoso, aclamado por grandes jornalistas, um fenômeno, uma lenda viva, o rei de todas as palavras já existentes" como bem exaltaram na reunião (ok, eu fiz alguns ajustes e exagerei algumas coisas), ele ainda é incrivelmente gostoso. Sabe por que isso é um problema? Pelo simples fato de que: COMO VOCÊ ODEIA UM HOMEM GOSTOSO??? Não dá. Não dá pra odiar todos aqueles 1 metro e 80 de músculos, ombros largos, braços fortes, cabelos escuros, sedosos (e provavelmente macios) e olhos cinzentos. E aquele sorriso? "Você deve ser a Kel", ele disse antes de sorrir e apertar (razoavelmente forte) a minha mão esta manhã. A resposta que todo o meu ódio queria dar era definitivamente: "E você deve ser o idiota que vai roubar o meu emprego", mas quem disse que eu consegui fazer algo além de sorrir de volta e dizer "é". Que tipo de pessoa faz isso? Digo, que tipo de pessoa não mentalmente perturbada responde uma pergunta de um homem lindo com "é"? Bom, eu sim. E a minha meta é odiá-lo até o dia em que a minha vida estiver livre da pessoa que parece que acabou de sair de um catálogo da Calvin Klein.

Respirei mais aliviada. Eu tinha essa mania de fazer listas todas as vezes em que eu estava preocupada, irritada, etc. Realmente ajuda a liberar a tensão. O único lado ruim é que logo você fica sem espaço pra guardar tanto papel de reclamação em tudo que é lugar.

- O que você está fazendo aí?

Eu sabia que ela iria me encontrar. Minha amiga Jéssica. Somos melhores amigas desde que eu saí daquele fim de mundo de cidade onde eu nasci e vim para cá. Ela e o seu jeito descontraído são a minha fonte de diversão ali naquele lugar tão deprimente cercado de paredes em tom pastel.

- Tentando enfiar a cabeça num buraco.

- Hum... - Ela pensou um pouco e fechou a porta da minha sala arás de si. - Se for escolher a lixeira, espera pelo menos retirarem todo o papel.

Olhei pro meu lado. Minha lixeira estava mesmo recoberta por papéis amassados, desde bolinhas de rascunho de matérias e mais listas revoltadas sobre a vida.

- Pela sua cara você não conseguiu.

- Não mesmo.

- Você é grande. Não precisa dessa droga de jornal para mostrar isso ao mundo. - Jéssica pareceu sincera e sentou-se na minha cadeira reclinável enquanto me observava ali sentada no chão, no cantinho da sala, parecendo uma criança de 5 anos emburrada.

- Você sabe que essa 'droga de jornal' é o seu empregador, certo?

- Mas eles não vão me ouvir. - Piscou rapidamente, - Então... Quem escolheram pro cargo?

- Um cara do Sul. Robert.

- Certo. Pense no lado positivo. Agora temos mais alguém para criticar no almoço. - Ela riu divertida. - Acho que já esgotamos tudo o que podíamos falar sobre a Cidinha. Precisamos de um alvo novo.

- O que você pensa em criticar nele? O quanto ele é gostoso? O quanto ele é malhado? O quanto o cabelo dele faz ondinhas discretas ao redor do pescoço e elas balançam levemente quando ele ri?

- Conte-me mais, estou imaginando. - Fechou os olhos satisfeita. Depois de falar mal dos outros, homens era o seu segundo assunto preferido.

- Eu consigo observar os músculos do abdome dele mesmo quando ele está de terno. Aquelas dobrinhas são discretas, mas são visíveis se prestar bastante atenção. E o bumbum dele também faz uma saliência no tecido, tão redondinho, tão firme... COMO EU ODEIO UM CARA DESSES?

Jéssica fez um movimento brusco na cadeira. Meu grito repentino a havia assustado.

- Só porque você o odeia, não significa que não tem que achá-lo gostoso. E se não vai ser alguém pra gente criticar, pode ser alguém cujos dotes gente possa ficar comentando.

- Dotes?

- Não se finja de santinha. Dotes... Músculos, bumbum, p...

- Hey!

- O que foi? Isso é natural da vida! Você é a mulher de 22 anos mais recolhida que eu conheço! Sua roceira que eu amo.

- Sua safada suja. - Repliquei. - Ele não parece ser do tipo desproporcional... - Voltei ao assunto como se não quisesse nada.

- Ah, eu aposto que os tamanhos combinam... E mesmo que não combine, o importante é saber usar o que se tem.

- Ele também parece ser do tipo bom de cama. Muito fofo.

- Fofo do tipo de apresentar pra mamãe?

- Fofo do tipo de se querer amarrar na cama.

7.4.10

O Rival - Sinopse

Postado por Fatalle |

Autoras: Bugingaga / Madamè Chérrie / Lisa Teles

Co Autoras: Lihn Lee

Gênero: Romance / Comédia / Erótico

Censura: +16 (contém lemon)

Sinopse: Kell é uma jovem jornalista que estava esperando ser promovida, mas foi trocada por um novato. Ela teria todos os motivos para odiá-lo, se ele não fosse tão sexy...

Link de Atualizações: http://fatallle.blogspot.com/search/label/Rival

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